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Existe uma época do ano em que Puno se converte no epicentro mundial do folclore. Por sua grande divulgação e esplendor, a festa da Virgem da Candelária, celebrada às margens do lago Titicaca, reúne visitantes do mundo todo que desejam apreciar as tradições indígenas e coloniais traduzidas em coreografias e baile. Eles movimentam a multidão com seu ritmo contagiante e alegria transbordante.
A festa da Candelária é uma jóia dentro da tradição artística do destino Peru. Por isso, não surpreende que em 2003 foi declarada Patrimônio Cultural da Nação e em novembro de 2014, na cidade de Paris (França), tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
No início de fevereiro, centenas de grupos desfilam em meio a um grande marco artístico que embeleza esse ritual, cujo eixo principal é prestar homenagem a Mamacha Candelaria, padroeira de Puno.
História e origem
O culto especial dos punenhos para a Virgem da Candelaria se originou em 1781 quando a cidade esteve sitiada pelas tropas de Túpac Catari. Temerosos, os cidadãos saíram em procissão à Virgem com velas acesas e acompanhados por grupos de sicuris (tocadores de zampoñas, tradicional flauta andina).
A massiva e ruidosa manifestação noturna confundiu os invasores, que finalmente decidiram se afastar da região. Existem três versões sobre o motivo da deserção: a primeira aponta que os ocupantes confundiram a multidão reunida com um grande exército; a segunda, que os guerreiros acreditaram ter sido atacados por soldados a cavalo e a terceira, que desistiram por respeito a Virgem. Em qualquer caso, os punenhos atribuíram sua salvação a um milagre e nomearam Mamacha Candelaria como sua padroeira.

Centenas de trupes desfilam em meio a um grande quadro artístico que embeleza esta festividade.
Crédito: Renzo Giraldo / PromPerú.
Devoção, festa e identidade
Durante os dias prévios a festividade, os dançarinos ensaiam seus passos nas ruas da cidade, acompanhados por bandas musicais. Cada dia, um devoto cuida do templo e prepara tudo para que se dê início as missas. No dia 1º de fevereiro pela madrugada, o alferado (encarregado da organização eleito a cada ano) sobe ao monte Huajsapata, acompanhado por um grupo de pessoas. Desde ali, dirige o rito iniciando as pregações em honra a Virgem. Já de manhã, todos descem com danças e coreografias até o santuário da Virgem, o que marca o início das atividades.
Pela tarde, a população se reúne no exterior da igreja de São João Batista à espera do início da tradicional procissão da imagem da Virgem, que percorre as principais ruas em meio a um cenário cheio de fervor. Durante o trajeto, as famílias entregam papéis com orações a sua padroeira.
O estádio Torres Belón na referida cidade é o lugar de um dos momentos mais relevantes da festividade. É ali que se realizam dois importantes concursos de dança que são televisionados a nível nacional. A festividade continua com o tradicional pasacalle, em que competem cerca de 200 conjuntos folclóricos, em datas diferentes, compostos por membros das etnias quéchua e aimara das zonas rurais e urbanas de toda a região.
A Candelária, padroeira de Puno
Conhecida popularmente como a Mamacha Candelaria, a padroeira da cidade de Puno é uma imagem de rosto doce que leva em seu braço esquerdo, o menino Jesus e no direito, uma cesta. Sua vestimenta consiste em 105 mantos confeccionados com tecidos muito finos, como a seda, e decorados com fios dourados e pedras preciosas.
Existem duas lendas populares sobre a origem dessa imagem: a primeira assegura que a Virgem apareceu diante de um nativo que cuidava de um terreno na encosta do monte Huajsapata, as margens do Titicaca. A segunda indica que a Virgem emergiu das águas do mesmo lago.
A cada ano, o interesse turístico pela Festividade da Virgem da Candelária aumenta, assim como o número de visitantes. Além da Parada de Veneração e procissões, podem desfrutar dos concursos de danças nativas e de trajes brilhantes como a Diablada, que se celebram durante os dias de festa.
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